Nesta nova era de equipamentos portáteis, biometria e autenticação multifásica, seu rosto está cada vez mais apto a se adequar ao seu ID digital para autenticar quando você estiver on-line. Mas como funciona a tecnologia de reconhecimento facial e quais os problemas que precisam ser levados em conta?
A tecnologia de reconhecimento facial não é exatamente um fenômeno novo, nem a biometria, apesar de todas as manchetes recentes. Os primeiros experimentos com essa tecnologia aconteceram na década de 1960, embora, na época, a pesquisa para iniciar seu desenvolvimento fosse mantida em segredo.
Hoje em dia, a ciência por trás do software é muito mais matemática e automática .enquanto o s primeiros modelos exigiram um nível mais alto de intervenção humana.
Em desenvolvimento
Microsoft está usando a tecnologia de reconhecimento facial para autenticação no Windows 10; A Apple está procurando maneiras pelas quais os usuários do iOS podem compartilhar fotos automaticamente com amigos “marcados”, enquanto o Facebook e o Google usam o reconhecimento facial para marcar amigos e encontrar fotos de si mesmo.
Por outro lado, alguns professores chineses afirmam ter criado o primeiro caixa eletrônico de reconhecimento facial do mundo, enquanto 30 igrejas em todo o mundo têm usado o software “Churchix” para saber quem vai à igreja.
Por sua vez, pesquisadores da Alemanha estão desenvolvendo uma nova tecnologia de reconhecimento facial que pode trabalhar no escuro, o que provavelmente é um sinal do futuro desta tecnologia.
A situação atual
Nos últimos anos, o reconhecimento facial tem sido usado principalmente em aeroportos, esquinas de ruas e em outras áreas públicas. Seu uso nesses casos é relativamente simples: uma câmera de vídeo coleta as imagens, que são então transmitidas para um sistema de vigilância monitorado por um trabalhador manual.
O trabalhador tira uma imagem de um indivíduo específico da transmissão e tenta compará-lo com as pessoas presentes no banco de dados existente. Através do uso de um algoritmo de computador, o sistema tenta identificar alguém. Ele mede certas características de seu rosto, como a distância entre os olhos ou a largura do nariz.
Porém, o processo está longe de ser simples e direto. Existem muitas câmeras que ainda gravam imagens com uma resolução muito baixa, o que torna a identificação quase impossível. Além disso, os próprios sistemas de vídeo vigilância têm pouca tolerância a mudanças na luz, expressões faciais ou imagens capturadas em diferentes ângulos.
Próximos desafios
Aparentemente, o reconhecimento facial está em um boom inevitável, mas ainda enfrenta alguns desafios. Dificuldades técnicas provavelmente vão se dissipando, embora a eficácia da identificação seja um grande dilema: a BBC informou recentemente que a polícia do Reino Unido só conseguiu identificar uma pessoa de 4.000 imagens tomadas a partir de motins em Londres no ano de 2011.
Agora também há o problema de privacidade, segurança e transparência de dados. Muitas pessoas consideram que dispositivos portáteis como o Google Glass são uma invasão de sua privacidade e há uma crescente suspeita dos dados que o Google, o Facebook ou o Twitter, entre outros serviços, estão coletando sobre seus usuários.
Não importa de que lado você esteja, uma coisa é clara: a tecnologia de reconhecimento facial está aqui para ficar. Embora traga muitos benefícios, há questões que acendem um sinal de alerta, Na avaliação do pesquisador do Laboratório de Humanidades Digitais do Instituto Brasileiro de Informação em Ciência e Tecnologia, João Carlos Caribé, o tema é complexo, pois por trás de possíveis benefícios há riscos da adoção desse tipo de recurso.
“Pode ser ótimo para segurança pública na busca por pessoas desaparecidas e criminosos foragidos, ou ainda para a identificação de criminosos em flagrante ilícito, mas é preciso transparência e prestação de contas neste processo, para não se tornar uma ferramenta de controle e perseguição”, alertou.
